Ela ouviu a porta bater atrás dela.
O salto ainda ecoava no piso de madeira quando ele falou:
— Não diz uma palavra.
— Hoje, você vai aprender o que é ser desejada de verdade.
Ela tentou sorrir, mas a tensão em seu corpo a traiu.
Ele se aproximou devagar, sem pressa. O perfume amadeirado anunciava sua presença antes do toque.
Passou uma venda de veludo pelos olhos dela.
— Agora, tudo que existe é o que você sente.
— E quem decide isso… sou eu.
As mãos dele exploraram sem pressa.
Do pescoço ao colo, da cintura ao quadril.
Os dedos sabiam onde encostar, onde apertar.
Mas paravam antes do que ela mais queria.
— Você gosta quando eu falo assim com você.
— Gosta de me ouvir, mandando, enquanto seu corpo queima de vontade.
— Está molhada só com a minha voz, não tá?
Ela não conseguia responder.
A boca entreaberta, os lábios trêmulos.
— Não precisa falar.
— Eu já sei.
— E agora, ajoelha. Quero você entregue.
Ela obedeceu. Sem enxergar nada, os sentidos estavam todos acesos.
Ele amarrou suas mãos com seda.
Beijou o pescoço com força.
Mordeu o lóbulo da orelha.
— Você vai implorar por mais.
— Vai sentir prazer só porque eu disse que é hora.
— Vai gozar só com a minha palavra. Entendeu?
Ela arfava. O coração disparado.
Uma mão segurando seu queixo.
A outra deslizando entre as coxas.
— Silêncio.
— Agora... você me pertence.
E naquela escuridão gostosa, na ausência de controle,
ela descobriu o prazer mais profundo de todos: se render.