Ela estava encostada na parede da cozinha, o copo de vinho na mão tremia só um pouco — o suficiente para ele notar.
Ele se aproximou devagar, sem pressa, o olhar cravado nela como se enxergasse cada pensamento não dito.
— Você gosta de provocação, não gosta?
— Gosta de sentir meu olhar em você antes mesmo de eu te tocar.
Ela não respondeu. Só mordeu o lábio inferior.
Ele parou perto. Tão perto que ela podia sentir o calor do corpo dele. Mas não encostou.
Só falou, baixinho, rouco, direto no ouvido:
— Não vou te tocar.
— Ainda não.
— Quero ver até onde você aguenta sem implorar.
A respiração dela acelerou.
Ele levou os dedos ao pescoço dela. Não tocou. Só passou bem rente.
De cima até a clavícula.
— Sabe o que é pior?
— Você já está molhada só com isso.
Ela fechou os olhos, tentando recuperar o controle.
Mas ele continuava o jogo.
Puxou a cadeira. Mandou ela sentar.
Com um gesto.
Olhar de comando.
Ela obedeceu.
Ele foi atrás. Ficou em pé.
As mãos no encosto da cadeira.
A boca próxima da nuca dela.
— Posso fazer você gozar sem tirar uma peça de roupa.
— Posso fazer só com a minha voz.
E começou:
— Eu te encostaria na parede.
— Subiria teu vestido bem devagar.
— Passaria minha mão por cima da sua calcinha, sentindo o calor.
— E não tiraria.
— Eu só pressionaria, até você gemer de raiva.
Ela mordeu os lábios com força.
Ele percebeu.
— Você já está imaginando, né?
— Eu ajoelhado entre suas pernas.
— Te olhando nos olhos enquanto você implora.
Ela soltou o ar com força.
Mas ele não parava.
— Agora levanta.
— Vai pro quarto.
— E espera.
— Deitada.
— Sem calcinha.
Ela hesitou.
Ele se inclinou, sussurrou na nuca dela, com um toque firme na cintura:
— Eu disse agora.
Ela foi.
Com as pernas bambas.
O corpo em alerta.
E a alma em chamas.
Porque ela sabia:
A melhor parte ainda nem tinha começado.